A força de preensão manual é um bom indicador da condição física e da composição corporal em doentes com cancro da mama que completaram os tratamentos centrais da doença? Estudo EFICAN
Resumo
Objetivo: Avaliar a associação entre a força de preensão manual (FPM) e vários parâmetros de condição física e composição corporal em mulheres sobreviventes de cancro da mama.
Método: Foi realizado um estudo transversal utilizando dados de base do ensaio clínico EFICAN (Physical Exercise for Breast Cancer Survivors). Participaram sessenta mulheres sobreviventes de cancro da mama que tinham concluído os tratamentos centrais da doença nos 10 anos anteriores ao início do estudo, que não tinham doenças pulmonares ou cardiovasculares, cancro da mama metastásico, ou que não estavam programadas para se submeterem à reconstrução da mama nos 3 meses seguintes ao início do estudo. A força de preensão manual foi avaliada por dinamometria manual, o pico de força muscular isométrica por meio de dinamometria electromecânica funcional, a capacidade cardiorrespiratória (VO2máx) foi estimada pelo Siconolfi step test, a amplitude de movimento (ADM) em flexão do ombro por meio de goniometria digital, e a composição corporal por bioimpedância.
Resultados: Observámos uma associação positiva de FPM com massa muscular (r=0,423), e com força isométrica de membro superior (r=0,523) e membro inferior (r=0,335), e uma associação negativa de FPM com percentagem de gordura corporal (r=-0,405). Contudo, não foi encontrada qualquer associação entre FPM e VO2max ou ADM de ombro (P>0.05).
Conclusões: Estes resultados sugerem que a FPM pode ser um bom indicador da força muscular, bem como da composição corporal das mulheres sobreviventes de cancro da mama. Os futuros estudos prospectivos devem avaliar o valor preditivo do FPM nesta população.