Fatores de risco cardiovascular em estudantes de 11 a 16 anos em Paranavaí (Brasil) e Cáceres (España)

  • Walcir Ferreira-Lima Departamento de Educação Física. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Brasil. Faculdade de Ciências do Esporte. Universidade da Extremadura. Cáceres. Espanha.
  • Silvia Bandeira da Silva-Lima Departamento de Educação Física. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Brasil. Faculdade de Ciências do Esporte. Universidade da Extremadura. Cáceres. Espanha.
  • Flávia Évelin Bandeira-Lima Departamento de Educação Física. Universidade Estadual do Norte do Paraná. Brasil.
  • Fellipe Bandeira-Lima Faculdade do Desporto. Universidade do Porto. Portugal. Centro Universitário Campos de Andrade. Curitiba. Paraná. Brasil.
  • Carlos Alexandre Molena-Fernandes Departamento de Educação Física. Universidade Estadual do Paraná. Paranavaí. Brasil.
  • Juan Pedro Fuentes Faculdade de Ciências do Esporte. Universidade da Extremadura. Cáceres. Espanha.
Palavras-chave: Comportamiento Sedentario, Forma Física, Estilo de Vida Sedentary Behavior, Physical Fitness, Life Style Comportamento Sedentário, Aptidão Física, Estilo de Vida

Resumo

Objetivo: Objetivou-se avaliar a associação entre fatores de risco para doenças cardiovasculares em estudantes de Paranavaí (Brasil) e Cáceres (Espanha), dos 11 aos 16 anos de idade.

Método: Estudo transversal com 402 estudantes. Analisados: sexo, idade, dependência administrativa da escola, estatura, massa, perímetro da cintura, IMC, relação cintura estatura, pressão arterial, comportamento sedentário, nível de atividade física, colesterol, HDL e LDL, triglicerídeos e glicose em jejum. Realizaram-se testes de Qui-quadrado, Odds ratio, Spearman e Regressão de Poisson, com p-valor = 0.05, intervalo de confiança de 95 %.

Resultados: Os estudantes espanhóis eram maioria de 14 a 16 anos e de escolas públicas, enquanto os brasileiros eram maioria de 11 a 13 anos e de escolas privadas. Todos apresentaram prevalência elevada de obesidade geral, sem diferença estatística entre os grupos (G-ESP: 20.2% e 29.6 %; G-BRA: 25.0% e 22.9%, para meninas e meninos). A presença de obesidade abdominal foi maior entre brasileiros (G-ESP: 2.4 % e 13.6 %; G-BRA: 31.1 % e 35.2 %, respectivamente para meninas e meninos). Relevante foi o número de estudantes considerados insuficientemente ativos em ambos os grupos (G-ESP: 36.9 % e 23.5 %; G-BRA: 43.2 % e 39.0 %, para meninas e meninos). Comportamento sedentário foi observado entre as meninas brasileiras (43.4%) e entre os meninos dos dois grupos (G-ESP: 21.5 %; G-BRA: 51.0 %). Foi encontrado alto índice de estudantes com níveis inadequados de triglicerídeos (G-ESP: 15.5 % e 16.0 %; G-BRA: 29.5% e 19.0 %, para meninas e meninos) e HDL (G-ESP: 7.1 % e 6.2 %; G-BRA: 5.3% e 15.2 %, para meninas e meninos). Após análise bruta e ajustada meninas e meninos brasileiros com idade entre 11 e 13 anos (RP=2.091; IC95%: 1.132-3.862) apresentaram maior probabilidade de hipertrigliceridemia.

Conclusões: A presente investigação torna perceptível a necessidade de se intervir nos grupos mais vulneráveis, considerando-se a presença de fatores de risco modificáveis, em contextos diferenciados, sugere que programas objetivando a prevenção de doenças cardiovasculares e obesidade devem começar precocemente, por exemplo, com atividade física regular e dieta saudável.

Publicado
2020-04-10
Secção
Originais
Página/s
81-86