Índice glicêmico e exercício físico
Resumo
O índice glicêmico (IG) foi originalmente concebido para classificar os alimentos ricos em carboidratos de acordo com seu impacto fisiológico na glicemia pós-prandial. A sua utilidade no tratamento dietético da diabetes expandiu-se rapidamente para outras áreas da nutrição clínica, saúde pública e nutrição desportiva. Devido à importância dos carboidratos (CHO) na fisiologia do exercício e ao consumo prioritário de alimentos baseados neste nutriente, o conceito de IG pode ser utilizado na nutrição esportiva com grau de eficácia aceitável. Nos últimos anos, uma quantidade crescente de pesquisas tem mostrado como o IG pode modular a resposta fisiológica e o desempenho do exercício físico. Contudo, a grande variabilidade metodológica dos estudos disponíveis dificulta a obtenção de um consenso claro sobre a seleção de CHO utilizando o GI. Portanto, esta revisão foca nos efeitos da resposta glicêmica (RG) nas diferentes fases fisiologicamente sensíveis ao CHO, em torno da prática de exercício físico. Assim como o IG poderia ajudar a população a fazer uma “seleção saudável” de alimentos, na nutrição esportiva a seleção de CHO com alto e baixo índice glicêmico (AIG e BIG, respectivamente) poderia favorecer o desempenho esportivo e/ou a saúde do exercício físico. . As evidências atuais sobre o IG do CHO no exercício físico, bem como a necessidade de estudos futuros, com metodologia de pesquisa padronizada, são discutidas na presente revisão.