Modificações espirométricas em uma população que inicia a mergulhar com ar comprimido
Resumo
Objetivo. Observar as modificações espirométricas em uma população submetida pela primeira vez e continuamente ao meio hiperbárico utilizando ar comprimido.
Métodos. Noventa e dois soldados saudáveis do sexo masculino que fazem curso de mergulho a 50 metros de profundidade com ar comprimido com duração de 8 semanas. Os parâmetros espirométricos estudados foram: capacidade vital forçada (CVF), volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), VEF1/CVF, fluxo expiratório forçado entre 25 e 75% da expiração (FEF 25-75%) e fluxo expiratório forçado entre 75 e 85% do vencimento (FEF 75-85%). Usamos um espirômetro portátil Vitalograph COMPACT. A espirometria é realizada no primeiro dia do curso e semanalmente em todas as disciplinas.
Resultados. Embora a evolução da CVF não tenha apresentado diferenças significativas (110,48 ± 12,13 vs. 110,35 ± 13,15; p = 0,12), os parâmetros de fluxo apresentaram diferenças significativas entre a primeira e a última determinação: VEF1 (102,72 ± 12,91 vs. 96,73 ± 15,83; p < 0,001), VEF1/CVF (78,75 ± 7,73 vs. 74,25 ± 9,91; p < 0,001), FEF 25-75% (95,83 ± 22,36 vs. 84,33 ± 18,94; p < 0,001) e FEF 75-85% (105,08 ± 35,86 vs. 86,27 ± 29,44;
Conclusões. Observa-se uma evolução descendente dos parâmetros de fluxo, que não estão ligados à profundidade ou ao tempo de exposição ao ambiente hiperbárico. Entre os fatores que podem explicar esta evolução, destacam-se as características mecânicas dos equipamentos e as características físicas da mistura gasosa.